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Notícia

Dólar cai 0,25% com BC não anunciando swap para 5ª

Moeda norte-americana fecha cotada a R$ 2,1746 na venda, após ter alcançado R$ 2,1551 na mínima do dia - queda superior a 1%

Fonte: InfoMoney

O dólar fechou com leve queda ante o real nesta quarta-feira, após cair mais de 1 por cento durante a sessão, com os investidores reagindo ao fato de o Banco Central não ter anunciado o leilão diário de swap cambial tradicional para o dia seguinte durante o pregão.

O "atraso" da autoridade monetária alimentou as avaliações de que ela poderia reduzir o passo no seu programa de intervenção, após a moeda norte-americana ter chegado ao patamar de 2,15 reais. Mas também desencadeou críticas sobre a clareza na condução desse processo.

O dólar fechou em queda de 0,25 por cento, a 2,1746 reais na venda, após ter alcançado 2,1551 na mínima do dia, queda superior a 1 por cento. Segundo dados da BM&F, o volume de negociação ficou em cerca de 1,8 bilhão de dólares, melhor do visto nos últimos dias.

"Passou o horário do anúncio do leilão de amanhã e o BC não anunciou nada. Aí o pessoal começa a especular que possa não ter o leilão de amanhã ", disse o tesoureiro de um banco internacional sob condição de anonimato, ressaltando, entretanto, que esperava que o BC continue com as intervenções diárias.

Desde o início do programa em 22 de agosto, o BC anuncia religiosamente às 14h30 a intervenção com swap para o dia seguinte, com raríssimas exceções de variações de minutos. Questionada se havia alguma mudança no horário do anúncio, a assessoria de imprensa do BC informou que não tinha ainda um posicionamento.

Como o dólar está sendo negociado bem baixo de 2,20 reais, os investidores já questionavam se o BC continuará com o mesmo ritmo de intervenções diárias no mercado de câmbio, ou mesmo rolando integralmente os contratos de swap que estão para vencer, diante da perda de força da moeda norte-americana sobre o real.

"Se o dólar subir demais, prejudica a inflação. Se o dólar cair demais, prejudica a atividade", resumiu o operador de câmbio da B&T Corretora, Marcos Trabbold. "Com isso, a estratégia do BC fica muito obscura para o mercado".

Os primeiros questionamentos sobre o futuro do programa cambial emergiram em 25 de setembro, uma semana após o dólar flertar persistentemente com o patamar de 2,19 reais, quando o BC vendeu apenas 9.650 dos 10 mil contratos colocados em leilão. Essa foi a primeira e única vez desde o início do programa de atuações no câmbio que a oferta total não foi vendida.

Nesta quarta-feira, mesmo com o dólar recuando cerca de 1 por cento ante o real, o BC vendeu todos os 10 mil contratos de swap cambial tradicional equivalentes à venda futura de dólares com vencimento em 5 de março de 2014. O volume financeiro equivalente da operação foi de 497,7 milhões de dólares.

Quando anunciou o programa em agosto, com o dólar acima de 2,40 reais, a autoridade monetária informou que continuaria com as intervenções diárias até, pelo menos, o fim do ano, possivelmente injetando o equivalente a 60 bilhões de dólares nos mercados.

"Os leilões de swap ocorrerão todas as segundas, terças, quartas e quintas-feiras, quando serão ofertados 500 milhões de dólares por dia. Às sextas-feiras, será oferecida ao mercado, por meio de leilão de venda com compromisso de recompra, linha de crédito no valor de 1 bilhão de dólares", informou o BC naquele momento.

Recentemente, o presidente do BC, Alexandre Tombini, reafirmou esse plano, ressaltando que o programa estava sendo eficaz em reduzir a volatilidade do real e, por isso, deveria continuar até pelo menos o fim do ano.

Operadores afirmavam ainda que, caso o BC realmente não anuncie o leilão de swap para quinta-feira, poderia fazer o dólar dar um salto ante o real, além de deixar a comunicação com o mercado turva.

"Ele (BC) descumpriria o que estava acertado que ia fazer todo dia, e isso deixa o mercado bastante apreensivo", disse o superintendente de câmbio da Intercam Corretora, Jaime Ferreira, para quem a moeda norte-americana voltaria ao patamar de 2,25 reais já no pregão seguinte.

De olho nos EUA
Mas cedo, a queda do dólar vinha sendo estimulada pela expectativa de que o impasse fiscal nos Estados Unidos poderia levar o Federal Reserve, banco central norte-americano, a adiar a redução no programa de estímulo monetário que injeta mensalmente 85 bilhões de dólares na economia.

A desvalorização também ocorreu, segundo operadores, porque uma grande empresa nacional estaria trazendo dólares num volume que poderia chegar a 400 milhões de dólares para o mercado interno, segundo operadores.

No entanto, os investidores também tiveram certo alívio após o Senado dos EUA chegar a um acordo para reativar o governo e elevar o teto da dívida, afastando a possibilidade do histórico calote norte-americano que vinha preocupando os mercados financeiros.