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Notícia

Banda larga brasileira é das mais caras do mundo

O custo médio de um pacote de internet com velocidade média de 1,3 megabytes por segundo (Mbps), por exemplo, custa R$ 85.

Autor: Carolina PereiraFonte: Brasil Econômico

 

O brasileiro está entre os consumidores que pagam mais caro para se conectar. O custo médio de um pacote de internet com velocidade média de 1,3 megabytes por segundo (Mbps), por exemplo, custa R$ 85.

Esse é um dos preços mais caros do mundo, segundo levantamento da Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom). Em Portugal, por exemplo, o valor é de R$ 55 e, no Reino Unido, R$ 40, e as velocidades são maiores. 

"Nossa banda larga é cara, de baixa penetração e com pouca velocidade", resume Nelson Worstman, diretor da Brasscom.

Apesar de ter crescido 51,5% na comparação entre março de 2011 com igual período de 2010 em número de acessos, a expectativa era que houvesse um crescimento maior por causa da criação do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), que fez um ano ontem.

No mercado corporativo, a situação é pior, de acordo com a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan).

O custo do acesso à internet empresarial no Brasil varia até 650% entre os estados, de acordo com pesquisa da federação. Além disso, para o pacote com velocidade de um Mbps para baixar arquivos, o menor preço encontrado é R$ 57,40.

No entanto, o valor pode chegar a até R$ 429,90, no Amapá. "O cliente corporativo é mais afetado pela situação da banda larga no país porque o serviço pode trazer prejuízo econômico e de competitividade", afirma Cristiano Prado, gerente de infraestrutura e novos negócios da Firjan.

A reivindicação da Firjan é que o setor empresarial seja incluído na discussão quando o assunto é PNBL e que sejam fixadas metas a serem atingidas pelos fornecedores do serviço. "Estamos conversando com o governo e pretendemos fazer sugestões", diz Prado.

Para ele, um dos pontos críticos são as ligações finais entre os cabos de distribuição e as empresas, a chamada última milha. "Às vezes, o serviço de alta velocidade funciona em uma parte do bairro e em outra, não", afirma.

Aumento da demanda

Se as empresas não estão sendo atendidas de forma satisfatória agora, com o crescimento da demanda o cenário pode piorar.

A popularização de novas tecnologias deve fazer com que a demanda por banda larga cresça 35 vezes até 2019, segundo estudo da consultoria AT Kearney encomendado pela Brasscom. O uso cada vez maior de smartphones e tablets deve elevar, e muito, o tráfego de dados.

Outro fator que influenciará a maior necessidade de banda larga no país é a computação em nuvem, que se projeta como uma alternativa para utilização de recursos de hardware e software por meio da Internet.